quinta-feira, 27 de outubro de 2011

COINCIDÊNCIAS?...

COINCIDÊNCIAS: 11.9.73 (SALVADOR ALLENDE – 11.9.01 (TORRES GÊMEAS)

Muita gente pensa que é tarde para escrever ou falar sobre 11 de setembro. Não queremos escrever sobre um 11 de setembro. Aquele que destruiu as Torres Gêmeas, em Nova Iorque. Mas de dois.
Os dois onze de setembro mudaram radicalmente a vida de dois países.
O “suicídio” de Salvador Allende patrocinado pelo governo de Richard Nixon veio nos mostrar que qualquer país que não rezasse pela cartilha norte-americana poderia ser invadido em nome da luta contra a expansão do comunismo.
A América do Norte – senhora do mundo – já implantara a ditadura militar no Brasil, em 31 de março de 1964. A Redentora castrou todas nossas lideranças. Não sobrou uma para contar a história. Até hoje sentimos falta de um líder capaz de conduzir o Brasil ao lugar que ele merece. Não desejamos falar do hepta doutor honoris causa que não sabe distinguir tatame de tapume. Vamos deixá-lo sossegado saboreando sua 51 envelhecida.
Voltemos ao um passado mais remoto. Não satisfeitos os americanos com a implantação da Revolução Argentina, em um golpe de Estado contra o então presidente Arturo Illia, no dia 28 de junho de 1966, a América do Norte volta os olhos para o Chile provocando a derrubada de Salvador Allende,. A América do Sul transformava-se no quintal dos Estados Unidos.
A miopia mental do governo Nixon impedia a visão de que o Chile era um país que dependia exclusivamente de sua única riqueza: a exploração e exportação do minério de cobre. Que perigo poderia o governo Allende representar para o resto do mundo? Em termos econômicos nenhum. Em termos militares, menos ainda. É que os donos do poder da América do Norte precisavam vender armas e quando a exportação caía precisavam provocar uma guerra em qualquer canto do mundo e assim satisfazer os altos executivos das grandes empresas. E eles continuam servindo aos dois senhores: governos e rebeldes. Vendem armas para o talibã e para o governo, repete as ações na Líbia, na Somália, no Iraque e onde exista alguém disposto a comprar sua mercadoria.
Não foi diferente na Argentina, bem assim no Brasil.
Até hoje os documentos que poderiam comprovar a barbárie cometida pelas ditaduras militares nos três países estão engavetadas, como se nós não pudéssemos chorar e enterrar nossos mortos.
No onze de setembro de 1973 assistimos ao “suicídio” involuntário de Salvador Allende.
No onze de setembro de 2001, fundamentalistas mulçumanos, que talvez jamais tenham sequer ouvido falar que existia um país latino-americano, deram o troco à maior potência bélica do mundo: esfarelaram o World Trade Center, deixando o mundo indignado com o atrevimento da ação terrorista.
Centenas de vidas foram sacrificadas. Mas quantas centenas de vidas foram sacrificadas nos golpes militares do Brasil, Chile e Argentina.
A América do Norte não teve, não tem e não terá o respeito pela liberdade de qualquer ser humano que ela sonhe ser um inimigo. Pode até ser que outros 11 de setembro estejam rondando os céus americanos.